Raquel Amarante




"Quem medirá o calor e a violência do coração dos poetas quando capturados e aprisionados no corpo de uma mulher?" Virgínia Woolf

Enterneço-me ante a poesia revolucionária, carregando a bandeira vermelha Woolfiana, lispectoriana, neo-marxista...
E o coração bate niilista
mas sempre romântico.
De poesia corpo-etérea, reticencial, muito lógica, pouco lírica, sem redondilhas, sem obrigação de ser. De estranha vontade de viver e de entender, e entender, e entender... E ser entendida...
Talvez falte as palavras, ou não falte nada. Talvez um estranho esforço por retorquir o silêncio e transgredí-lo, e afrontá-lo, no encalço da palavra redentora, do verbo reparador.
Na busca desejosa e sempre errática por transpor e transubstanciar sentimento em palavra com o mesmo ardor revolucionário de que se sente. Sabendo que o que é mesmo revolucionário, não cabe em dicionário, sucumbe o texto, só o coração é capaz de conter.

Mas insisto nos ecos das batidas cardíacas, e nasce esta poética disritmica.

Porque a verdadeira revolução não derrama sangue.
mas doa
perdoa
pacifica
ama
faz poesia
compartilha
não morre jamais.

Raquel Amarante

Blog Varal de peças íntimas: http://www.raquelamarante.blogspot.com/
twitter: @raquelamarante
facebook: http://www.facebook.com/profile.php?id=100000732453429&sk=info