muda por inquietude, ainda que as coisas pareçam no mesmo lugar.
mas não, não é bem assim. nada tem ficado em lugar algum.
onde está a primeira escola? e a antiga estação de trem?
ou mesmo os velhos programas de tv?
gostava de se fixar aos velhos livros. neles, as palavras não mudavam, salvo ocorrência de nova tradução. ainda assim, a essência da palavra permanecia.
ou nem tanto, se pensarmos em interpretações diversas, de cada crítico literário ou cada mero leitor cuja leitura é única.
volta às velhas páginas, então.
engano: a releitura não traz a mesma sensação passada e acolhedora.
movem-se sentidos através dos ponteiros.
ah, esta confusão! onde haverá um canto que prometa e cumpra silêncio e descanso?
houve a música que ouvia, agora muda. apenas lembrança.
quis mover-se com ela. de repente, acompanhar.
entregar-se.
antes, não se atrevia.
agora arrisca uns passos, ainda que desconexos.
a dança da vida é dinâmica.
reconhece que não pode ser acompanhada.
não rigorosamente.
e quer parar. mas não para.
Alessandro de Paula
@palavratomica
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