domingo, 26 de fevereiro de 2012

Festa



Esparramei versos
Sobre a folha em branco
De um velho caderno
Aos poucos
Aproximaram-se
Entrelaçaram-se
Dançaram e cantaram
Derramei sobre eles
Minha taça de sonhos.
Promíscuos,
Ajuntaram-se
Íntimos, cúmplices, torpes
E se foram
Embriagados
Deixando rastros -
Poemas inacabados

Mara Medeiros

4 comentários:

Raquel Amarante disse...

Que delícia!

Plínio Alexandre dos Santos Caetano disse...

Quisera tanto correr meus olhos pelos versos esparramados nesta "Festa" de Mara Cristina Medeiros, úmidos do cálice de sonhos derramados!
Como quisera, absolutamente!

Estes versos íntimos, cúmplices, torpes... cujos rastros deixam uma água na boca pelo 2º #SarauRevolucionário, que ocorrerá no twitter dentro em breve!

Que delícia é fazer e ler poesia, neste #ColetivoRevolucionário!

Mara Medeiros disse...

Plínio e Raquel,
obrigada pelas palavras.
Beijo no coração.

Anônimo disse...

Ah, que Festa!
E não é Elegia,
E nem há Fantasia...
É só Poesia,
em sua voluptuosa,
inefável e sagrada orgia...

Pois não é Mara que a 'poesia está em tudo', tanto numa "folha branca" como em um "velho caderno"?...
E que o versejar, - 'lutar com palavras' - é derramar sobre elas, sobre si, "a taça de sonhos", que, "promíscuas, ajuntaram-se íntimas, cúmplices, torpes e se foram embriagadas deixando rastros - poemas inacabados...
da 'essência captada, um sutil queixume', que de inacabados acabam-nos com a gente! e 'preenche a nossa vida inteira'...

Pois é assim Mara, seu poetizar sobre a poesia deixa um que de rastro embriagado com fulgurações belas e reminiscências mágicas de outros poetas sobre a indecifrável festa da poesia.