segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Lei Inscrita na Ausência

"Céu Suspenso", por Leonardo Valesi Valente (2008)




Ninguém há
que deva
responder
aos meus apelos

Não sou um outro
que deva
seguir
seus impedimentos

Somos livres
a caminho
dos nossos
próprios desígnios

Temos nos passos
uma presença
do que nos fazemos
ser únicos

Encontro-me diante
do outro
por quem me perco
sem ver a reta

Desloco o meu partido
volto-me para um abismo
e tenho no escuro
todos os gritos de medo

Acalmo por dentro
escolho refazer a lei
inscrevo-me
no devido espaço que tenho

Sou meu guia
que destemido
preciso me levar
no dia quando decidi por mim

Caminho no percalço
das lástimas
que me detive tão ferino
encontro um outro olhar

Sei me ter no porvir
acompanho os gestos que fiz de mim
entrego-me leveza
atribuo ao mundo meu distanciamento




2 comentários:

Plínio Alexandre dos Santos Caetano disse...

amigo Léo, quanto sentimento, quanta profundidade!
ainda estou acompanhando uma personagem no palco, no centro de tudo, como adoraria dar-lhe um abraço, acariciar-lhe a fronte e dizer: não tenha medo. O sol sempre volta, as lágrimas um dia secam e restarão os aprendizados e a confiança em si próprio!

Francisco Xavier disse...

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