terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Despedida



Palavras ditas desaparecem no ar
outras, não ditas, amarrando a garganta.
Perguntas não formuladas e, consequentemente, não respondidas
deixaram margem para pensamentos feios.
E gosto amargo.

Amor desperdiçado.

Tirou de mim tudo que eu não tinha
mas que um dia, me mostrou existir.
Encheu -me a alma de calma
e me deixou apenas pensamento.
Tu, como o vento.

Perco o que então era meu
mas que nunca foi também seu.
E me transformo em lágrimas.

Não de amor
pois este é nada mais que dor.
Mas por não ter de novo em mim
aquilo que um dia foi cor.

Luciana Pimenta
@lulypim 

2 comentários:

Coletivo Revolucionário disse...

Lu, o desamor depois que se transforma em poesia, passa... E se torna vaga lembrança, acredite!

Beijos mil,

Lai Paiva

Anônimo disse...

O amor, mesmo no fim, mantem a cor de seu desejo. Transpareceu-me que suas palavras lograram a cor de um novo tempo, para além do doído. As cores em palavras serviram-lhe esta escrita technicolor.