quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Deusa, adeus!

Xochiquetzal, deusa asteca da natureza. Por Cathy Delanssay, aqui.

Adeus, deusa. Adeus.
Nunca mais sua beleza em lugar algum.
Não na face ou silhueta
nem no retrato manchado por algum acidente de percurso.

Ofereça ao deus morto o seu vazio
que todos possuem.
Ninguém deseja, deusa. Tampouco eu.

Ninguém preenche este vazio,
tão melhor que a pretensiosa fantasia.

Sua fantasia, deusa, não é mais visível.
Não deixa saudade porque já foi tragada pelo últim*

Alessandro de Paula
@palavratomica

5 comentários:

Lai Paiva disse...

Despedida tão linda Alezinho. Dolorosa, talvez, mas linda. Poesia inebriante! Beijos mil, querido.

Lai Paiva

Alessandro disse...

É poema antigo, Lainezinha. Porém, achei tão fiel a uma situação recente, que não pude deixar de postá-la... eh eh eh!

De qualquer forma, estamos vivos e andamos com nossos sapatos. Ou descalços.

Beijo pra ti! :)

Lai Paiva disse...

Engraçado como algum poema antigo acaba por se tornar atual. Esse movimento cíclico é interessante, mesmo que seja desconfortante. Acaba por reafirmar a poesia que brota de nós. Lindo, lindo, lindo, meu querido!

Beijos meus

Alessandro disse...

Não é desconfortável, Lainezinha. É arte. De certa forma, sugamos essa dor e a transformamos em arte. Somos vampiros de nós mesmos, às vezes.

Anônimo disse...

E arte é algo que vc bem sabe fazer, meu querido! Beijos meus!

Lai Paiva