quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Vida desbotada





Já não posso negar, frente ao zumbido frenético e silencioso da existência...
O monocromático se apossou das lembranças, o calor do pensamento repousa no antes.
Descoloriu de minha face o sorriso aberto, incerto que se tornou o pensar.
De todas as cores, na paleta de alegrias, ficaste com as mais vivas.
Meus tons são os mais ocres, desbotados e inconsequentes.
Posso continuar, tal qual o tenho feito, inseguro em meu descolor?
Mas as cores me seduzem, me espremem o sumo dos olhos.
Não há mais um só desejo, que não a tua presença.
O que deveras preenche são os traços, trágicos e alheios...




Plínio Alexandre dos Santos Caetano
@pliniocaetano23

3 comentários:

Anônimo disse...

Plínio, que bela forma de explanar a falta da presença de alguém. Há quem faça poesia de onde menos esta deveria brotar, esse é seu dom.

Beijos mil,

Lai Paiva

Plínio Alexandre dos Santos Caetano disse...

Obrigado minha doce e serena amiga!
Penso que a poesia está escondida, imprecisa e escusa, em casa dobra de instante... ali que a procuro, ali que a encontro e também onde me completo!
um beijo de luz!

Mara Medeiros disse...

Um poeta sabe de cor o que é viver sem cor, né, Plínio?
E, no entanto, não cansa de tingir a vida com o próprio sangue, no colorido mais quente: o da poesia...
Adorei esta!