segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Édipo

                                                                 Fotografia: Enigma - Francisco de Assis Xavier Neto


Quem me inscreveu, assim, tamanha falta?
Que desconheço amor que me preencha
E passo a vida percorrendo a minha vida
E não encontro
E não encontro
E não encontro

Quem me organizou neste mundo que é só lei?
Que tanta norma tolhe o meu desejo
E passo a vida entre nãos e impedimentos
E não localizo
E não localizo
E não localizo

O sangue verve, montanha percorrida
Em leitos secos, sangrentos de agonia.
Inscrita no mundo, desafio minha existência
De experiência
Em experiência
Em experiência

Lateja dentro o desejo palpitante
Nada no mundo preenche este segredo
De amor completo que um dia vivenciei,
Mesmo assim amo
Mesmo assim amo
Mesmo assim amo

Por isto corro o mundo, coração vadio,
De porto em porto, vago sem destino
E não encontro
E não localizo
Na experiência...
Mesmo assim amo.

                                                    Mara Medeiros


 
"Quem te inscreveu assim tamanha palavra
Que desconhece poesia que te caiba?
E passo as linhas procurando alguma vida
E sempre encontro
E sempre encontro
E sempre encontro"


Toninho Araújo
 

4 comentários:

Coletivo Revolucionário disse...

Nossa Mara, forte, pulsante, vivo. Belo poema.

Beijão

Lai Paiva

Alessandro disse...

Ao menos o desejo tolhido é convertido em poesia. Ao menos.

Que versos, Mara! :)

Um beijo!

Coletivo Revolucionário disse...

Quem te inscreveu assim tamanha palavra
Que desconhece poesia que te caiba?
E passo as linhas procurando alguma vida
E sempre encontro
E sempre encontro
E sempre encontro


Toninho Araújo

Mara Medeiros disse...

Gente, beijo grande e agradecido!