terça-feira, 22 de novembro de 2011
Peregrino II
À Madame M., com todo o meu prazer.
Na saudade que teu corpo me deixou
(Sombra de uma manhã sem destinos)
Há uma carne banhada de tua ausência,
Há um fantasma me acenando do limbo
Mortal que me macula o pensamento
Como quem desenha seu tormento...
Na saudade que teu corpo me deixou
Há meu perfume impregnado em sua pele,
Há uma vela sempre acesa sobre a mesa
Decifrando o fantasma que me persegue
Nas cruciais horas em que me assassino
Em ruas escuras, esfarrapado peregrino.
Desse egoísmo insano e profundo,
O de sentir-me em ti como perfume,
O de ater-me ao teu passo profano,
Fica sempre essa mancha, esse ciúme
De ver-te e não ter-te aqui comigo,
- Sombra da noite, porto, abrigo...
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3 comentários:
Mário, uma saudade bem assim, doída e insistente, nutre versos encantadores, embora tomados de certa melancolia. Lindo! Adorei. Beijo! Lai Paiva
Lai, obrigado pelo leitura nestes versos melancólicos, escritos - ainda à moda antiga - numa velha máquina de escrever...
Peregrino o sentimento, peregrino o portador deste, peregrina a lembrança da carne que já não toca. Belíssimo poema, Mário! :)
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