terça-feira, 29 de novembro de 2011

Escorrendo III



Escorre pela manhã
o sonho que se tornou apenas sonhado.
O sol já não mais me aquece
pois o frio me vem da alma.

Escorre pelos olhos
a dor que se tornou líquido
a ausência que se tornou dor
o vazio que se tornou o preenchimento.

Escorre pelas mãos
a palavra não dita.
Mas o pensamento continua
voando, e ao mesmo tempo, fixo.

Escorre pelo coração
o amor que eu apenas dei
e não me importa mais se a mim não retornou
porque se de mim não quis o bem
conformo-me com o aquém
e convivo sem mais ninguém.

Luciana Pimenta
@lulypim

3 comentários:

Coletivo Revolucionário disse...

Triste do amor que mal é vivido, ou que já se viveu, mas belos os versos que deixa... Lindo, Lu.
Beijão, querida!

Lai Paiva

Alessandro disse...

Um coração pleno de vazio não deveria existir.

Ou deveria haver apenas na poesia.

Beijos, Lu!

Mara Medeiros disse...

Poema que faz emergir de mim contradição: dor intensamente bela... sentimento profundo escorre nas tuas palavras. Parabéns.