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Seres transitórios somos.
Aqui hoje estamos.
Amanhã? Podemos estar ou partir.
A velha rodoviária agora,
noutro dia, qualquer outra coisa será:
quiçá posto de polícia
ou dormitório de indigente.
Não há mais nada.
Embora a rodoviária, lugar suposto permanente,
exista para pessoas transitórias.
Acompanho umas assim,
aguardo com elas o ônibus e a hora da partida.
O cigarro que ora fumo é transitório,
pois permanentemente não estou fumando,
estou?
Este cigarro, que já não está em minha mão,
já apagado no cinzeiro,
é tentativa transitória
de preencher um vazio permanente,
que as pessoas,
mais ou menos transitórias
- algumas desejaria que fossem permanentes,
mas até o desejo se esvai -,
podem preencher.
Deixo de estar, agora parto.
O cigarro já foi,
já foram as pessoas
para lá ou cá
sigo e seguimos transitoriamente.
Alessandro de Paula
@palavratomica
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