quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Nós


Desato em mim o que sobrou dos nós
e o que ficou de nós.

E sustento meu laço
numa fita só
de um lado só
e que não prende
porque agora é pó.

Do adeus que nunca existiu,
vejo que nós nunca fomos nós.
Apenas pronomes
singulares e complexos
sem amarras, sem anexos.

E eu me culpo.
Porque agora,
como foi a toda hora,
cada um de nós
longe e quase sem voz
ficamos mais uma vez sós.

Luciana Pimenta
@lulypim


5 comentários:

Anônimo disse...

Lu, quanto sentimento, quanta exatidão desse sentir. Lindo, comovente. Simplesmente ADOREI! Parabéns, minha querida! Um beijo = )

Anônimo disse...

Ah, esqueci de assinar... Lai Paiva

Lu disse...

Obrigada, Laine!!!
;)

Alessandro disse...

Tenho um poema antigo e longuinquamente parecido com este. Só que era muito "verde".

Lendo o seu, Lu, dá a impressão de que leio o poema que gostaria de ter escrito.

Beijo pra ti! :)

Coletivo Revolucionário disse...

Quase sem voz, ainda com palavras, ela


Toninho Araujo