domingo, 27 de novembro de 2011

Desapego



Diz-me forte
E diz também que quanto mais forte me fazer ser eu tento
Mais minha docura se espalha com o vento
E, com isso, mais meu olhar se torna cinzento.

Hoje, amarga.
E percebi que a doçura que eu porventura tinha
Não era em verdade minha
Apenas disfarce no meu sorriso com covinha.

Tento me desapegar
Mas te deixar ir
Leva também o meu sorrir
E luto para deixar de sentir.

Como não te amar pelo que você é?
Como não mais buscar teu olhar
Se é isso que me faz sonhar
E já me acostumei a por ti esperar?

Por hora, apenas aceito.
Devo agora apenas adormecer
Porque não tem mais onde em mim doer
E esperar, sem muita fé, outro alguém aparecer.

Seria forte, e a força seria minha
Se não tivesse feito do meu coração uma caixinha
E nela guardado tudo aquilo em que me apego
Pois teria sobrado mais que apenas um machucado ego.

Luciana Pimenta
@lulypim

2 comentários:

Anônimo disse...

Quão difícil desapegar-se daquilo que tanto se teve,tanto ainda se quer ter, aquilo que se sabe que não mais terá... Lindo Lu. Transformar essa melancolia em poesia é para os mais especiais. Beijo, querida!
Lai Paiva

Alessandro disse...

A cada dia de espera nos fazemos fortes para o encontro que haverá. Espero que haja encontro. Espero que haja força. Com poesia.

Beijo, Lu! :)