terça-feira, 29 de novembro de 2011

Rejunte




Eu quis fundar
Um movimento aforista
Ao seu lado
Quis bancar
Um ser de beiras ajuntadas
Esperei sua volta
Você houve fechado
O movimento se encerrou num aborto
Embrionárias palavras idas de relento
Que lancei na passagem
Cheguei ao seu olho
Peguei ali quando enxergava um descaso
Com a vida tinha um outro acaso
E na arte se fazia refúgio
Da ponte que teríamos
Movimentado
Refletidas ficam as palavras de atravessador
Do vazio que coube aos sentidos
Ausentes no desencontro irrefreado
Exilo-me no que lança calado
E deixo sua voz aqui
Esse desejo que me destino seu páreo
O movimento aconteceu
Sem registro
Respinga as almas que temos quebradas
Atravessa-nos as horas com timbre
De escape
Afundando-me sou um outro largado
Esteta na ausência ilhado
Contemplo seu maquinário mítico
Que enguiça a vida
Destampa o céu
Esgota os sentidos de ser
É o movimento que somos
Um do outro detidos
Diz do que não lhe fui aceito
Apenas utilitária é a estadia
Das palavras aqui criadas
Solitariamente





3 comentários:

Coletivo Revolucionário disse...

Um dos seus mais belos e encantadores, Leozinho! Prazer imenso em lê-lo!
Beijo meu,

Lai Paiva

Alessandro disse...

Belo rejunte poético, Leo!

Abraço, camarada! :)

Anônimo disse...

Agora temos a nossa Revolução desde que elegemos querermo-nos num corpo coletivo. Salve este espaço, nossa jornada preciosa com as palavras.