impeço que o largo dos dias
seja minguado
ao afeto tardio
que trouxe remorso dos sonhos
entorpeço cada migalha
rasgada com requinte de cólera
de um amor descalço
que viveu calando-se ainda longe
se ontem era dele
meu acordar entortado
que o tempo temia
sem cabimento aprendiz
noutra hora
a poesia fazia leito
acalmando o contorno
entorpecido numa existência partida
agora caço
com retalho de alma tonta
amálgama distraída
que prego no olho cego
voltei amanhecendo-me
por onde o desejo
soube sangria e canção
refazia meu acento carcomido
entrego-me laço
que valho dentro
um monte derramado
de ser atalho por dentre ruína
findo um medo
com esquecimento atrevido
se na estaca retenho
um sentido antigo de vestir
pois em tudo
desfiz um destino aberto
que minha sina é testemunha
de resquício em toda rima
3 comentários:
Leozinho, seus versos são de uma sonoridade mágica, de uma métrica impecável, de um sentimento exacerbado. Apaixonante! Beijão
Lai Paiva
Poesia que envolve e entorpece, esta é sua poesia, Leo.
Abraço! :)
Os meus versos passaram aos olhos destes poetas queridos me autorizando reuni-los em meu afeto. A amizade perfeita, daquilo que se perfaz: em letras e palavras a se guardar. Agradeço ao carinho de Lai e Alê. Paz!
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